A rinotraqueíte é uma infecção comum em gatos. Por ser altamente contagiosa, é preciso detectar e tomar providências não apenas para o doentinho mas para os gatos saudáveis que convivem com ele e que ainda não estejam vacinados.
O QUE É
É uma infecção comum em gatos, que afeta as vias respiratórias superiores, causada pelo Herpersvírus Felino 1 (HVF-1). Pode se manifestar como uma infecção aguda (mais grave, quando o prognóstico varia entre bom e reservado) e crônica – neste caso, o prognóstico é muito bom.
É altamente contagiosa (principalmente para gatos com baixa imunidade). Em gatinhos jovens pode ser fatal.
Ao adquirir a doença, 80% tornam-se portadores do vírus para o resto da vida – mesmo que nunca mais apresentem nenhum sintoma. Entretanto, em situações de estresse ou de baixa imunológica, o vírus pode voltar a se manifestar.
A boa notícia: há vacina contra este vírus!
VOCÊ SABIA?
O HVF-1 dificilmente sobrevive em ambiente seco. Em compensação, fica latente por até 18 horas na umidade: por isso normalmente afeta os olhos, o nariz e a região oral.
FIQUE DE OLHO!
O período de incubação pode variar entre dois e seis dias, desde a infecção aos primeiros sintomas, que podem variar de intensidade.
SINTOMAS
- Espirros
- Secreção nasal
- Secreção ocular purulenta (ocasionando dificuldade para abrir os olhos)
- Dificuldade para respirar
- Febre
- Letargia
- Perda de apetite
- Desidratação
- Úlcera na córnea
- Dermatite em torno dos olhos (menos comum)
Nos casos crônicos, quando a doença retorna por estresse ou baixa imunidade, os sintomas são mais amenos: espirros e secreção mais leve nos olhos e no nariz.
TRANSMISSÃO
Se dá através do contato direto (com as secreções oculares ou nasais) ou indireto (pelo espirro) entre gatos infectados e saudáveis (especialmente filhotes ou animais com baixa imunidade). A mãe pode transmitir o vírus aos fetos durante a gravidez, o que geralmente provoca o aborto.
Mesmo depois que os sintomas foram curados, eles continuam portadores do vírus – que quando está inativo não é contagioso. Mas o gatinho se torna novamente um fator de contágio se há recidiva da doença.
IMPORTANTE!
Ao nascerem, os bebês são protegidos pelos anticorpos maternos da mãe saudável (que não tem o vírus). Mas perdem essa proteção à medida que crescem – daí a importância da vacina!
Atenção: a Rinotraqueíte Felina não é transmissível ao homem! Embora o vírus seja similar ao da herpes humana, não é uma zoonose (ou seja: não é transmissível entre animais e o homem).
DIAGNÓSTICO
É realizado pelos sintomas e pelo histórico clínico do gatinho. Exames laboratoriais podem ser pedidos para a confirmação do diagnóstico.
TRATAMENTO
Como não há cura, o tratamento será realizado de acordo com os sintomas clínicos e seu grau de gravidade. Geralmente são prescritos colírios, antibióticos (para evitar infecções secundárias), antivirais, fluidoterapia (por conta de desidratação), nebulização ou oxigenioterapia.
PREVENÇÃO
A mais eficaz forma de prevenção é a vacina, que está incluída no programa de vacinação dos gatinhos. Geralmente a primeira dose se dá entre 45 e 60 dias de vida, com reforço anual.
Havendo outros gatos na casa, o ideal é que o gatinho doente seja afastado dos outros (caso não estejam vacinados) durante o período contagioso da doença. Converse com o veterinário sobre isso.
Outra medida é desinfetar os utensílios (potes de comida e água), brinquedos, cama, mantas e toalhas que o gatinho costuma usar. Bem como fazer uma boa limpeza no ambiente onde ele costuma ficar.
Importante: filhotes ainda não vacinados devem evitar o contato com gatos desconhecidos – até que tomem a vacina.